Fisioterapia na Reabilitação da Criança e do Adolescente com Câncer - 2012

 

Há alguns anos o diagnóstico de câncer infanto juvenil era considerado uma sentença de morte próxima, mas essa realidade vem mudando, nas últimas décadas, graças aos avanços da medicina que permitem o diagnóstico precoce e o tratamento multidisciplinar adequado que consiste em três modalidades principais: cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Estas modalidades quando selecionadas de maneira adequada, combatem o câncer de forma direcionada e específica. Ainda assim, crianças e adolescentes e seus familiares enfrentam longos períodos de internação hospitalar para a realização de exames e tratamentos.

Algumas complicações podem ocorrer devido ao câncer e sua terapia. As mais comuns são: náuseas, vômitos, parestesias (alterações da sensibilidade), diminuição da força muscular, dor, fadiga (cansaço), depressão, seqüelas neurológicas e esqueléticas, alterações posturais, cardiovasculares e respiratórias. Esses fatores em conjunto podem comprometer a movimentação física e contribuir para a diminuição da amplitude de movimento, da flexibilidade, da força muscular e do condicionamento físico.

A atuação da Fisioterapia nos cuidados ao paciente com câncer é de grande importância para a prevenção de complicações e a reabilitação de funções comprometidas. Por este motivo na Casa Durval Paiva de Apoio à Criança com Câncer todas as crianças são avaliadas pelo setor de Fisioterapia e de acordo com a idade da criança/adolescente, seu estado geral, emocional e o tipo de tratamento ao qual foi submetida, o Fisioterapeuta traça os objetivos do seu acompanhamento, onde  os objetivos principais são: prevenir complicações pulmonares e motoras, evitar complicações circulatórias e linfáticas, evitar encurtamentos e contraturas musculares, reduzir a dor, manter a força muscular e a amplitude de movimentos, melhorar mobilidade, flexibilidade, coordenação e equilíbrio, promover a reeducação postural e a conscientização corporal e estimular a independência nas atividades da vida diária. A conduta deve ser realizada de forma dinâmica e, dependendo da idade, os objetivos são alcançados através de brincadeiras e jogos.

De uma forma geral devemos promover qualidade de vida e estimular o retorno às atividades exercidas anteriormente, como ir à escola, brincar e se divertir com os amigos. Afinal, essas atividades são fundamentais para o desenvolvimento e a aprendizagem da criança e do adolescente.

Por Cinthia Moreno - Fisioterapeuta da Casa Durval Paiva

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