Ensino Híbrido: uma metodologia para os jogos teatrais na classe hospitalar

O contexto atual, em virtude da pandemia do Coronavírus (Covid-19), impôs a necessidade de reorganização das atividades presenciais nas instituições de ensino e mudanças nas práticas educacionais, em todo o país. Com isso, professores e alunos tiveram que se acostumar e se reinventar, na forma de aprender e de ensinar, com aulas online e videoaulas, entre outras ferramentas. Os educadores se viram diante de novos desafios, aos quais estavam pouco ou nada preparados.

Dessa forma, o ensino híbrido vem se consolidando como uma tendência, através de uma metodologia que combina aprendizado presencial e propostas de ensino online, mesclando momentos em que o aluno estuda com mediação do professor, de maneira virtual, com outros em que a aprendizagem ocorre de forma presencial, valorizando a interação entre pares e entre aluno e professor.

Na Casa Durval Paiva, o setor educacional adotou essa metodologia de ensino híbrido, para execução da oficina de teatro, levando em consideração a reorganização das atividades pedagógicas com crianças, adolescentes e acompanhantes, que são cadastrados na instituição, como atividade do projeto “Arte Viva: conhecendo e vivendo sem as drogas”.

A metodologia de ensino híbrido, para execução dessa oficina, veio como uma importante ferramenta, que visa contemplar os alunos/pacientes, em vigência do tratamento oncológico, hospedados na Casa de Apoio, de forma presencial. Já os pacientes hospitalizados ou os que cumprem o isolamento social, em virtude da manutenção do tratamento nas suas residências, participam de forma remota, duas vezes por semana.

A metodologia dos jogos teatrais, propostos por Augusto Boal (1970), através da utilização do “Teatro Fórum” ou “Teatro do Oprimido”, foi uma maneira de unir a arte à vida, permitindo ampliar a forma de alcançar o público alvo da instituição, dentro da realidade de cada um. Além disso, proporcionou o desenvolvimento social, em um ambiente onde ele pudesse manifestar seus sentimentos e emoções, de maneira segura, e tivesse a noção da importância de suas atitudes e do seu papel social, frente à solução dos conflitos, advindos de sua realidade social.

Acredita-se que, pós-pandemia, o ensino híbrido não deixará de existir, mesmo de maneira complementar, pois uma nova porta para aprendizagem foi aberta. Sabe-se que, na educação, nada substitui a interação, o olho no olho, o vínculo afetivo, contudo, com o surgimento da Covid-19, tornou-se necessário investir em novas opções do serviço de ensino e da aprendizagem. Por isso, a importância desse formato híbrido.

Por Sandra Fernandes da Costa - Coordenadora Pedagógica Casa Durval Paiva

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