A inclusão do aluno com necessidades educacionais especiais na classe hospitalar

A educação pode ser definida como algo que sistematicamente promove a aprendizagem e o desenvolvimento humano. Segundo o autor inglês Peter Mittler, mestre em educação inclusiva e presidente da inclusão internacional, atualmente, o termo “educação inclusiva” tem sido cada vez mais usado no campo da educação para alunos com Necessidades Educacionais Especiais – NEE. O aluno com NEE deve ter acesso à educação e à formação profissional e pessoal, que devem ser adaptadas às suas necessidades específicas, de forma a incluí-lo em todo processo educacional.

De acordo com João Batista Martins, psicólogo e professor da UNESP, a inclusão, seja em espaço escolar ou não, “visa compreender e concretizar a aceitação da diferença humana, respeitando a diversidade cultural e social”. Dessa forma, a escola inclusiva deve ser um espaço onde o aluno é respeitado e estimulado a aprender conforme suas capacidades.

As Classes Hospitalar e Domiciliar estão inseridas na modalidade de Educação Especial, por atender crianças e adolescentes com necessidades educativas especiais, que apresentam limitações específicas de saúde em decorrência do tratamento médico. Por isso, na Casa de Apoio à Criança com Câncer Durval Paiva, as Classes Hospitalar e Domiciliar são espaços onde a escolarização visa respeitar as limitações impostas pelo câncer e, consequentemente, o tratamento em curso, além de proporcionar a continuidade dos estudos. Tem como objetivo também contribuir significativamente para a melhora do quadro geral do aluno/paciente por meio das atividades extracurriculares que compõem a rotina da classe.

Atualmente, as Classes Hospitalar e Domiciliar da instituição, deparam-se com um importante desafio: em paralelo ao tratamento oncológico, alguns alunos são portadores de NEE. O que exige das professoras um olhar mais sensível, onde possam reinventar suas práticas e venham a buscar estratégias de aprendizagem que alcancem o nível de compreensão do aluno dentro das suas singularidades, pois precisam proporcionar aos alunos/pacientes portadores de NEE, uma intervenção pedagógica bem planejada, adaptada e flexibilizada, com estratégias e estímulos de aprendizagem adequados.

Assim sendo, vale salientar que os espaços educacionais, formados pelas Classes Hospitalar e Domiciliar, têm um papel relevante a desempenhar na formação e desenvolvimento da criança e adolescente hospitalizado, no sentido de minimizar as diferenças e proporcionar aos alunos a inclusão no sistema educacional e, posteriormente, social.

Por Sandra Fernandes da Costa Coordenadora Pedagógica – Casa Durval Paiva

Artigos Relacionados