A materialização do currículo escolar no atendimento pedagógico do aluno com câncer

Sandra Fernandes da Costa

Coordenadora Pedagógica – Casa Durval Paiva

 

A proposta do currículo é organizar a trajetória que deve ser percorrida por todo o ensino, onde inclui as matérias a serem ensinadas a cada período letivo, os conteúdos que serão abordados em cada matéria e as competências e habilidades que o estudante deve dominar ao final de cada etapa.

Em função de garantir a escolarização ao aluno em situação de adoecimento de forma satisfatória, se fazem necessárias adaptações curriculares, a partir do currículo escolar, como referência que possibilite um atendimento pedagógico organizado de forma flexível, significativa, contextualizada e motivadora.

Para trabalhar a materialização do currículo escolar de forma efetiva nas classes Hospitalar e domiciliar da Casa de Apoio à Criança com Câncer Durval Paiva, desenvolve-se em meio a um contexto interdisciplinar, o currículo escolar dentro dos projetos temáticos, que são planejados a partir de um tema gerador anual.

Dessa forma, fazemos com que o ensino saia do lugar comum e tradicional e seja mais interessante, estimulante e desafiador. Como exemplo, ressalta-se o projeto anual com o tema gerador: “Despertando sentidos no mundo de sensações”, onde se deu foco ao uso e percepção dos cinco sentidos necessários para captar informações, processá-las, sentir, reagir e demonstrar sentimentos e sensações.

Partindo dessa temática, são desenvolvidos a cada bimestre vários conceitos e atividades voltadas para o autoconhecimento e, dentre eles, podemos citar: identidade, drogas e especificidades do câncer infantojuvenil, onde as temáticas apontadas perpassam de forma transversal dentro do currículo escolar, através das áreas do conhecimento como: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e tecnologias.

Uma vez que o currículo no atendimento pedagógico nas classes hospitalar e domiciliar trabalha o autoconhecimento e distribui responsabilidades ao aprendente, ele está propiciando o crescimento da autonomia e do autocuidado do aluno. Dessa forma, o aluno, mesmo fragilizado pelo tratamento oncológico, têm a oportunidade de aprender qual é a importância de realizar as suas próprias atividades, cumprir com os seus deveres, ajudar quem está ao seu redor e de tomar atitudes que beneficiem o seu bem-estar físico, mental e emocional.

Por Sandra Fernandes da Costa - Coordenadora Pedagógica

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