A (re)inserção da rotina escolar para crianças e adolescentes em tratamento oncológico

O adoecer é um momento de grande tensão, demarcado por sentimentos de tristeza, ansiedade, medo, abandono e dúvidas acerca do futuro. No caso de crianças e adolescentes com câncer, as reações emocionais perpassam por suas vidas, desde o surgimento dos primeiros sintomas. Dessa forma, além dos cuidados de saúde e do apoio familiar, necessita-se da assistência dos espaços sociais, a exemplo da escola.

O período de adoecimento provoca um desajuste emocional no interior da família e o afastamento do paciente dos espaços sociais, que pode acarretar consequências educacionais à vida do paciente, tais como baixo desempenho de aprendizagem e abandono escolar.

Na Casa Durval Paiva, o setor de educação desenvolve, por meio das classes domiciliar e hospitalar um atendimento pedagógico individualizado, que visa acolher crianças e os adolescentes em tratamento oncológico e hematológico, de forma humanizada, com uma rotina de atividades multidisciplinares em função de oferecer momentos de aprendizagem em conjunto com o currículo da escola regular, para garantir o direito de escolarização.

Em virtude de minimizar as perdas educacionais e evitar o abandono escolar, a classe domiciliar/hospitalar da Casa Durval Paiva oferece um ambiente acolhedor, estimulante e facilitador de novas relações e de aprendizagem, através das aulas de: fotografia, desenho, poesia, musicalização, cordel e acesso à cultura digital, por meio das aulas de informática.

Nesse contexto, o aprendente pode superar desafios e ser protagonista do seu processo de aprendizagem, além disso, aperfeiçoa a criatividade, a autonomia e (re)estabelece suas expectativas em relação ao futuro. Além disso, é importante ressaltar, que todo trabalho é realizado com a participação e apoio familiar, haja vista que a contribuição da família faz com que processo de aprendizagem aconteça de forma frequente, participativa e prazerosa.

Sabe-se que as atividades escolares têm o objetivo de desenvolver a aprendizagem e os relacionamentos sociais. Portanto, apesar de não poder realizar atividades como a prática de esportes, a escola, sendo ela fora do espaço escolar, tem o papel importante de oferecer outros recursos. Propiciar atividades didáticas e lúdicas, no intuito de incentivar o aluno/paciente a ter pensamentos positivos e a interagir com os seus pares, sendo essas, algumas estratégias que podem resultar progresso, bem-estar e motivação.

Por Sandra Fernandes da Costa - Coordenadora Pedagógica Casa Durval Paiva

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