A influência do brincar no desenvolvimento motor da criança

Durante o tratamento do câncer, as crianças são submetidas a mudanças bruscas na rotina. De uma hora para outra, começam a realizar vários exames, enfrentam internações por períodos prolongados, se distanciam da escola, passam por tratamentos (quimioterapia, radioterapia e cirurgia) que, em alguns casos, são bem agressivos e convivem com pessoas (equipe multidisciplinar e outros pacientes) até então desconhecidas.

Muitas são privadas de brincar, o que pode interferir no seu desenvolvimento motor, que é o processo de mudanças complexas no comportamento, tanto na postura, quanto no movimento da criança e é relacionado com a idade.

 O olhar dos profissionais da saúde, educação e da assistência social sobre a criança com câncer deve ser de muita sensibilidade e humanização, para identificar as reais necessidades, durante esta fase da vida. Incluindo o brincar, pois ele tem influência no crescimento e desenvolvimento da criança, permite aprendizado, relacionamento com outras pessoas, organização das emoções e é uma forma de experimentar o mundo à sua volta.

Brincar é uma necessidade e um direito da criança, mas devido à doença ou ao tratamento em si, ela pode apresentar algum tipo de comprometimento e o brincar pode ser uma forma de minimizar os efeitos negativos do tratamento, como também, um meio de adesão, além de proporcionar, de forma lúdica, um plano de tratamento que favoreça as necessidades do paciente.

Os brinquedos, brincadeiras e jogos também são utilizados para criar um ambiente atrativo e divertido. Muitas vezes, os exercícios de fortalecimento, de recuperação da mobilidade e treino de equilíbrio são realizados com diversão e brincadeira.

No tratamento oncológico, atividades divertidas devem ser incorporadas aos objetivos da reabilitação e não somente representarem um passatempo para as crianças. A ação do brincar, no ambiente terapêutico, contribui para o desenvolvimento das habilidades e proporciona a realização de um tratamento eficaz. Auxiliando na qualidade de vida, favorecendo momentos saudáveis, sendo uma atividade, ao mesmo tempo, terapêutica e prazerosa.

Os pais também devem ser estimulados a oferecerem um ambiente com estímulos variados e brincar com elas, pois, assim, eles vão contribuir com o desenvolvimento motor, não só durante o período de tratamento, mas por todo o processo, principalmente, na primeira infância, que vai do nascimento aos 6 anos de idade.

Por Cinthia Moreno Fisioterapeuta – Casa Durval Paiva CREFITO 83476-F

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