Crianças e adolescentes no isolamento social

Em momento de pandemia em relação ao novo Coronavírus, a rotina das famílias tem sofrido muitas mudanças e o isolamento social tem sido um grande desafio para crianças e adolescentes, principalmente, para os que realizam tratamento oncológico, visto que o tratamento contra o câncer, requer, na maioria dos casos, o uso de tratamentos invasivos, como a quimioterapia, por exemplo, que os deixa com a imunidade comprometida e assim passam a ficar mais propensos a doenças infecciosas.

Antes mesmo da pandemia, as crianças que realizam tratamento quimioterápico recebem orientações similares contra o novo Coronavírus, que são: evitar aglomerações, evitar beijos e abraços, além do reforço às medidas de higiene, desta forma, não foi uma mudança tão extrema, porém, os cuidados precisaram ser redobrados.

Devido ao isolamento social, as famílias passaram a ter um maior convívio, permanecendo mais tempo em casa e, para os pais e crianças, tem sido um grande desafio lidarem com essa nova realidade, já que o que faziam antes, com mais liberdade, e que fazia parte do costume deles, atualmente não estão podendo executar. Como por exemplo, o fato de frequentarem à Casa de Apoio Durval Paiva, com todas as atividades disponíveis, que eram momentos prazerosos, de aprendizado, de poder dar continuidade às suas terapias, de se socializarem com outras mães e crianças, e de repente passaram a vivenciar uma outra realidade.

Neste caso, analisando este fato, o setor de terapia ocupacional tem orientado os pais quanto a importância de estabelecerem uma rotina para os filhos, em relação aos horários para acordar e dormir, estudar, assistir televisão, reduzir o tempo de permanência com aparelhos tecnológicos, que até colaboram para alguns aspectos cognitivos, mas que precisam ser controlados.

Os pais devem incentivar os filhos nas atividades de vida diária, a fim de que alcancem maior independência nas atividades cotidianas, como: incentivá-los a vestirem-se, alimentarem-se, e a escovarem os dentes; ensiná-los a cuidar dos seus pertences, tais como: roupas, brinquedos e materiais escolares; conversar com os filhos a fim de que compreenderem que precisam colaborar de forma individual, para que todos passem por esse momento difícil juntos.

Esta rotina funcional estabelecida aos filhos, tem como objetivo fazer com que se sintam úteis e colaborativos, estimulá-los no desenvolvimento geral, nos aspectos que envolvem a independência e a autonomia, além da formação do caráter, para que passem a ser crianças e adolescentes com a autoestima mais elevada, muito mais resilientes e preparados, para uma reinserção social mais segura e feliz. 

Por Lady Kelly Farias da Silva Terapeuta Ocupacional da Casa Durval Paiva Crefito:14295-TO

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