A NECESSIDADE DE ATENÇÃO À FAMÍLIA DA CRIANÇA COM CÂNCER - 2011

 

A comunicação do diagnóstico de câncer traz profundas alterações na família do paciente. Durante o tratamento, os pais passam por conflitos, negações, preocupações, emoções de ansiedade, raiva, mágoa, depressão e culpa. O tratamento da criança portadora de câncer representa para a família períodos de maior desestruturação e ameaça de perda, permeados por outros de maior otimismo e esperança.

Muitos pais se protegem tentando não tomar conhecimento das condições de crianças em estados mais graves, enquanto buscam informações sobre o progresso de outras. A morte de uma criança portadora da mesma doença de seu filho tem um efeito devastador sobre os pais, significando uma dor imensa, afetando sua capacidade de manter o equilíbrio.

Assim, não pode ser ignorada a vulnerabilidade em que a família se encontra quando uma criança está em tratamento de câncer. Por essa razão, é recomendável que ela seja considerada uma unidade de intervenção rotineira, por parteuma equipe multidisciplinar, que pode ser formada por especialistas como: assistente social, psicólogo, nutricionista, cirurgião-dentista, fisioterapeuta, pedagogo, arte-educador, entre outros, que deverão planejar suas ações no sentido de assegurar o acompanhamento das necessidades gerais manifestadas pela criança e seus familiares.

Por se reconhecer as dificuldades que a família de uma criança com câncer enfrenta é que mais esforços vêm sendo feitos pelos profissionais de diferentes áreas, no intuito de ajudá-la a lidar com essas situações.

O apoio emocional à família pode chegar de várias formas: através das ações da equipe multidisciplinar, manifestando solidariedade e compreensão, partilhando a experiência dolorosa; também através do apoio e ajuda dos demais familiares, dos amigos e dos vizinhos.

O apoio de pessoas que já vivenciaram essa circunstância é muito importante para enfrentar a doença. Através da vivência do cuidado de uma criança com câncer, os familiares aprendem a dar mais valor à família, tornando-se mais unidos.

Considerando que o contato entre profissional, pacientes e familiares é constante durante o tratamento, seja nos momentos de dificuldades ou quando necessitem de um profissional que possa ouvi-los, a preservação da confiabilidade é um fator relevante, que deve ser enfatizado. A família sentindo-se segura certamente contribuirá de forma decisiva no processo de bem estar da criança. 

Por Maria Gomes da Silva

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