Um braço social na luta contra o câncer

O serviço social configura-se como porta de entrada da Casa Durval Paiva e, como tal, proporciona um ambiente que estimula a convivência saudável, o ser solidário com os demais que estão partilhando do mesmo espaço e realidade, buscando desta forma possibilitar um ambiente agradável, contribuindo assim para a construção e reconstrução do processo de humanização no tratamento do câncer e doenças hematológicas crônicas de crianças e adolescentes. A instituição se preocupa em oferecer um ambiente adequado às condições reais de seus pacientes, proporcionando o desenvolvimento de processos reflexivos e o aprendizado necessário para reconhecer e lidar com seus próprios potenciais frente à nova realidade.

            Partindo dessa preocupação e necessidade em oferecer melhor qualidade de vida aos seus pacientes, em dezembro de 2008 foi criado o Projeto Vida, a fim de conhecer a realidade de vida do grupo familiar, identificando assim suas carências/demandas e necessidades, como forma de intervir nas desigualdades sociais vivenciadas pelos pacientes e seus familiares.

           O assistente social é o profissional responsável por realizar a visita domiciliar e traduzir a realidade social para os demais profissionais da equipe multidisciplinar, socializando a situação de cada família a partir de uma análise dos aspectos de vida físicos e psicossociais. O serviço social constata a necessidade, uma vez que haja a situação de vulnerabilidade ou risco social e o Projeto Vida busca minimiza os problemas, realizando ações que proporcionem o resgate da cidadania, dignidade e qualidade de vida, através da construção ou reforma das residências.

            As ações do Projeto têm gerado inúmeros resultados positivos, uma vez que não se trata única e exclusivamente da melhoria habitacional, mas da mudança oportunizada a partir dessa construção, realidade que transforma o cotidiano de vida do grupo familiar, contribuindo desta forma para o fortalecimento do mesmo.

            Os impactos na vida dos pacientes vão desde uma maior expectativa de vida após a reforma ou construção, melhor resposta ao tratamento, até mudanças de comportamentos e hábitos, que valorizam e aumentam a autoestima proporcionando, consequentemente, mudanças na realidade de vida do grupo/estrutura familiar

            Assim, chegamos ao interior/seio das famílias identificando situações vivenciadas por cada um que vão além de uma estrutura física (paredes de concreto), entrelaça valores e princípios construídos ao longo de seu processo de formação, oportunizando-nos conhecer o cotidiano de vida não apenas do paciente, mas do núcleo familiar como um todo.

Por Cícera Katiucia da Silva

CRESS/RN 3595

Assistente Social - Casa Durval Paiva

Por Cícera Katiucia da Silva

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