Mucosite oral: consequência de tratamento antineoplásico

O termo mucosite oral surgiu em 1980 para descrever uma inflamação da parte interna da boca e da garganta induzida pela quimioterapia e radioterapia de cabeça e pescoço, que pode levar a úlceras (feridas) dolorosas nessa região. Destaca-se como consequência aguda de maior frequência advinda dos tratamentos antineoplásicos.  Na quimioterapia, seu aparecimento ocorre entre 5-10 dias, já na radioterapia, os primeiros sintomas são observados na terceira ou quarta semana. A melhor maneira de trabalhar a mucosite é evitar que ela inicie ou tratá-la precocemente.

A primeira manifestação é o desenvolvimento de uma coloração esbranquiçada, seguida pelo inchaço e áreas vermelhas e depois úlceras (feridas) desenvolvem-se com a formação de uma membrana (película) superficial amarelada e removível, podendo apresentar sangramento. Sintomas como dor e queimação são comuns. Nos casos de mucosite severa o paciente apresenta dificuldade e dor ao deglutir, levando-o a uma queda no seu estado geral devido a uma possível desnutrição, podendo ainda haver necessidade de sondas nasogástricas, internação, interrupção temporária ou definitiva do tratamento de quimioterapia e radioterapia.

As terapias para o tratamento da mucosite oral incluem abordagens profiláticas. Aos pacientes da casa de apoio damos algumas orientações como evitar alimentos ácidos, picantes, salgados e secos. Escolher alimentos que exijam pouca ou nenhuma mastigação. Também recomenda-se o uso de chá de camomila, alguns analgésicos, laser de baixa intensidade e crioterapia, que consiste na sucção de lascas de gelo antes e durante cada quimioterapia.

É necessário que esses pacientes recebam orientações de como escovar os dentes com cuidado, usar escova ultramacia (se necessário, substituir por cotonetes) e creme dental, passar fio dental com cuidado após as refeições para não cortar a gengiva, a fim de evitar uma porta de entrada para infecções. 

A integração do cirurgião dentista na equipe de oncologia é extremamente importante para o cuidado em todas as etapas da terapia. Juntamente com o médico, o dentista deve elaborar um protocolo que inclua prevenção, monitoramento e tratamento da mucosite oral, com objetivo de evitar complicações durante e após a quimio e radioterapia, ajudando assim, para que não haja comprometimento na qualidade de vida do paciente.

Eloisa Alexsandra Lopes 

Dentista - Casa Durval Paiva 

CRO/RN 3663

Por loisa Alexsandra Lopes Dentista - Casa Durval Paiva CRO/RN 3663

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