“Horta Feliz” - A horta como instrumento para geração de novos hábitos alimentares

Diferentemente dos cânceres em adultos, que podem ter diversos gatilhos e fatores contribuidores para o seu surgimento, o câncer infantil tem sua origem essencialmente por influências genéticas. Desta forma, estratégias alimentares e nutricionais entram com o papel de combate à doença durante o tratamento e na recuperação do estado de saúde pós tratamento e cura do câncer.

O meio mais simples de atuação da nutrição no combate e cura do câncer infantil é através da alimentação saudável, rica em alimentos naturais e diversos. A questão das mudanças nos hábitos alimentares devido ao tratamento oncológico exige que o paciente tenha um consumo alimentar diferenciado, excluindo os alimentos artificiais, industrializados, processados e ultraprocessados, bem como, qualquer alimento rico em corantes e conservantes, ou quimicamente e/ou biologicamente contaminados, dando preferência aos alimentos orgânicos e naturais.

Os alimentos orgânicos são produtos mais saudáveis, pois são livres de contaminantes que possam por em risco a saúde de quem os consome e mesmo do meio ambiente onde e produzido, tanto no processo de produção, como no seu produto final. Com a implantação de uma horta educativa numa instituição de acolhimento à criança com câncer, além da simples possibilidade de produzir e consumir os alimentos orgânicos, também traz consigo grande relevância em diversos aspectos do seu tratamento e no ensino da educação nutricional.

Através da horta como uma ferramenta pedagógica as crianças vivem novas experiências, aprendendo sobre cultivo e cuidados com a terra, bem como, o impacto de suas ações sobre o meio ambiente e sustentabilidade. Conhecem os diversos vegetais e o processo pelo qual passaram para chegar até a mesa.

Questões que vão além da alimentação, como a importância do incentivo ao cultivo de alimentos naturais livres de agrotóxicos e como estes produtos podem fazer mal a saúde também são abordadas, criando desde a infância uma consciência critica a respeito; a importância da preservação do meio ambiente, da valorização da cultura alimentar local através do cultivo de alimentos regionais; contribuição no desenvolvimento do trabalho em equipe e cooperação, assim como, a percepção da necessidade de reaproveitamento de materiais como latas, garrafas pet, copos descartáveis, etc. E ainda nesta perspectiva, o aprendizado vivenciado na horta pode ser levado para além da instituição, transformando hábitos de vida das famílias dos pacientes atendidos.

 

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Por Priscylla Kelly Abrantes

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