O Uso do Videogame no Processo de Reabilitação Oncológica - 2012

 

O câncer infanto juvenil e suas respectivas terapêuticas normalmente debilitam as crianças e adolescentes e podem causar seqüelas à saúde. A Terapia Ocupacional exerce um papel fundamental no acompanhamento desses pacientes, utilizando recursos como forma de tratamento, atuando tanto na prevenção, quanto na recuperação de alterações provocadas pela doença. Um desses recursos terapêuticos é o videogame.
 
Ao atender um paciente com câncer infanto juvenil, o terapeuta pode se deparar com diversos quadros. Podem ocorrer alterações motoras, respiratórias e posturais, seqüelas musculares, esqueléticas ou neurológicas, dores intensas, entre outras que acabam por prejudicar o desenvolvimento global e ocupacional da criança e do adolescente.
 
Diante desses quadros, surgiu a possibilidade de se usar o videogame para minimizar os efeitos das seqüelas deixadas pelo câncer e/ou pelo tratamento. Há alguns anos a realidade virtual estava presente apenas em jogos eletrônicos e na mente como algo distante. Hoje, assume um papel decisivo quando o tema é a reabilitação de pessoas. Dentro desse processo, a Terapia Ocupacional utiliza o videogame como recurso terapêutico.
 
O Nintendo Wii é o videogame mais utilizado no processo de reabilitação, pois apresenta controles sem fio e permite que a pessoa possa  realizar movimentos com o corpo para executar as jogadas. Ou seja, o movimento executado é o mesmo que aparece na televisão. O equipamento simula jogos de tênis, beisebol, boliche, golfe, entre outros. 
 
O esforço para executar bem as jogadas provoca impactos positivos no organismo. Há o fortalecimento da musculatura, maior facilidade para recuperar os movimentos, estímulo às atividades cerebrais e aumento da capacidade de concentração e de equilíbrio.
 
Esse recurso aplicado na Casa de Apoio a Criança com Câncer Durval Paiva vem ganhando espaços nas sessões de Terapia Ocupacional. São realizados jogos individuais ou em grupo, dependendo da necessidade e do grau de comprometimento dos jogadores. Além de crianças com câncer, pacientes com problemas hematológicos também fazem uso desse recurso. Para iniciar o tratamento, a Terapeuta Ocupacional realiza uma avaliação com os responsáveis e com a própria criança, observando sempre seu estado de saúde e respeitando suas limitações.  
 
Já é comprovada a eficácia da utilização da Wiireabilitação como recurso terapêutico ocupacional, como podemos constatar, com os pacientes que o utilizam na Casa. Contudo, o uso do videogame não substitui uma sessão normal de Terapia Ocupacional. Este é apenas um recurso dentre tantos utilizados na reabilitação.
 
Por se tratar de um recurso lúdico, o videogame também contribui para a adesão ao tratamento, uma vez que proporciona prazer, bem estar e lazer para seus participantes. Sendo importante lembrar que a criança se desenvolve por meio de brincadeiras, e com o videogame ela não só se desenvolve, mas também é reabilitada a dar continuidade aos afazeres do seu cotidiano.
Por Alessandra Ferreira Moreira - Terapeuta Ocupacional da Casa Durval Paiva

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