Câncer Infanto Juvenil e o Diagnóstico Precoce - 2011

 

Não existem fatores determinantes específicos para o surgimento do câncer infanto juvenil, algumas síndromes genéticas podem favorecer o surgimento dessa doença. Algumas outras causas estão associadas à exposição ao cigarro, ao álcool e a inseticidas, no período da gravidez; bem como exposição exagerada ao raio X e outras radiações ionizantes. Mas, a principal causa para o surgimento do câncer infanto juvenil está relacionada a alterações genéticas, ou seja, alterações dentro da própria célula da criança, que passa a se dividir de forma errada, levando ao câncer.

O desenvolvimento de políticas públicas de saúde que levem a capacitação de profissionais capazes de identificar precocemente os sinais e sintomas de câncer infanto juvenil é de fundamental importância para um melhor e mais efetivo combate a essa doença. Nos últimos anos, tem-se observado o envolvimento científico, principalmente nas áreas de pesquisas, bem como em outros campos do conhecimento, a fim de se determinar novas formas de detecção precoce, de tratamento e acompanhamento da doença. Os resultados são avanços em detecção precoce, tratamento e controle do câncer.

É importante lembrar que o câncer infanto juvenil pode se apresentar de diversas formas, na maioria das vezes se assemelhando a doenças comuns da infância. Então, dor óssea, que acorda a criança na madrugada, palidez, manchas roxas na pele, não relacionadas a traumas, aumento do volume abdominal, vômitos logo ao acordar, crises convulsivas, mancha branca no olho que surge com o reflexo da luz, febre prolongada por mais de duas semanas, aumento exagerado das ínguas em qualquer parte do corpo, aumento do testículo da criança, todos esses são sinais do câncer infantil.

Nos países desenvolvidos, a taxa de cura do câncer na criança e no adolescente supera os 70%, porém, no Brasil, ainda não se conseguiu alcançar dados tão positivos, tal fato pode ser devido principalmente à dificuldade na suspeita do diagnóstico. Outro fator que contribui para esse resultado é a grande diferença estrutural dos diversos centros especializados nas diversas regiões do Brasil, principalmente devido à precariedade em algumas regiões do nosso país.

Desta forma, é importante lembrar que estamos todos juntos nesse processo e que os pais, familiares, professores, agentes de saúde, vizinhos e qualquer profissional ou indivíduo que esteja em contato freqüente com crianças, devem estar sempre alertas aos sinais e sintomas do câncer infanto juvenil. Fazer sempre o acompanhamento pediátrico regular dos seus filhos ou das crianças de sua convivência é fundamental para o combate a essa e outras doenças da infância. E na suspeita clínica do câncer infantil, sempre encaminhar a criança ao oncologista pediátrico. O diagnóstico precoce da doença pode salvar a vida de uma criança.

Por Ana Kalline Jerônimo - Oncologista Pediatra da Casa Durval Paiva - 2012

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