Processo de Ensino-aprendizagem para Pacientes Oncológicos Infantojuvenis - 2011

 

O processo de ensino-aprendizagem segue como tema muito discutido entre profissionais da área da educação, mas é uma temática que pode e deve ser discutida por todos os atores envolvidos no processo educacional, incluindo pais e crianças/adolescentes, pois todos são parte integrante desse processo.

Sabemos que essa dinâmica comum entre crianças/adolescentes e educadores ocorre de fato quando lhes é oportunizado um ambiente facilitador para o desenvolvimento educacional. Nos pacientes oncológicos infantojuvenis, percebemos que a ausência (de curto ou longo prazo) da escola repercute negativamente no desenvolvimento do processo, já que inúmeras vezes eles apresentam-se desmotivados devido a quebra de uma rotina saudável e deixam assim de contribuir efetivamente com o processo educacional.

Assim sendo, a Sala de Apoio Pedagógico – SAP objetiva a redução dessas perdas educacionais através de projetos pedagógicos que englobem ações de ensino-aprendizagem eficazes para a vida das crianças e adolescentes atendidos pela Casa de Apoio à Criança com Câncer Durval Paiva.

Como pedagoga responsável pelo projeto educacional da instituição, testemunho cotidianamente as múltiplas dificuldades que as crianças enfrentam nessa ocasião, por vezes transformada em difícil travessia. Buscamos através de nossas ações, condições de aprendizagem que diferem do cotidiano de uma escola formal, onde devemos levar em consideração que nosso atendimento depende da disponibilidade e condições dos nossos alunos pacientes. A assistência pedagógica às crianças oncologicas sugere uma ação educativa que se adapta às manifestações de cada criança/adolescentes em diferentes circunstâncias. Nosso processo está embasado na articulação entre o individual e o coletivo, nesse sentido, os objetivos de ensino devem ser seriamente analisados e coletivamente construídos com cada aluno.

A vivência vem demonstrando quão importante e oportuna é a construção da pedagogia hospitalar/domiciliar que exercemos, pois assume uma posição única na luta incessante pela vida, pela sua qualidade, pela busca de novos e específicos conhecimentos; cujos maiores benefícios são para as nossas crianças e adolescentes que devem ter uma formação pautada na perspectiva de sujeitos cidadãos, pois é evidente que nosso ensino deve ter um compromisso real com a vida diária de cada criança atendida.

Nesse momento é oportuno que seja realçado que a pedagogia hospitalar/domiciliar é um processo de educação continuada que ultrapassa os limites da escola, pois levanta parâmetros para o atendimento de necessidades especiais transitórias do educando no ambiente em que ele se encontra.

Baseado na realidade exposta, a equipe pedagógica da Casa Durval Paiva, realiza uma prática voltada para uma aprendizagem significativa através de atividades planejadas e objetivadas para cada aluno e grupo. Para realização de tal prática é fundamental uma reflexão constante sobre nosso fazer pedagógico, no que diz respeito aos aspectos essenciais relacionados ao processo de ensinoaprendizagem. Tem-se que ressaltar que é necessário enxergar o que o aluno já sabe seu conhecimento prévio, e a partir do que ele produz, que devemos pensar, repensar e refazer o fazer pedagógico, a fim que ele aprenda cada vez mais. Um olhar cuidadoso sobre o que a criança errou pode ajudar ao professor a descobrir o que o aluno tentou fazer. Tudo isso leva a acreditar que ensinar e aprender faz parte de um único processo.

Por Aline Benevides Câmara - Pedagoga da Casa Durval Paiva

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