Videogame: Vilão ou Terapia?

Atualmente o videogame é um dos passatempos prediletos das crianças e dos adolescentes, sendo considerado por muitas pessoas um grande desafio para a saúde, visto ser considerado um recurso que favorece significativamente o sedentarismo, estimula o isolamento, compromete consequentemente a socialização, dentre tantas outras implicações, mas, o cenário mudou e os jogos eletrônicos passaram de uma opção de lazer para reabilitação de pacientes com implicações motoras, cognitivas e sociais.

Os jogos eletrônicos mais modernos permitem uma atuação mais ativa dos usuários, onde todo o corpo é estimulado a participar da ação, os movimentos são essenciais para a execução do jogo, particularidade que determina um ambiente propício ao desenvolvimento de amplas habilidades.

O uso do videogame como recurso terapêutico favorece os aspectos físicos (equilíbrio, agilidade, coordenação motora, resistência), cognitivos (atenção, concentração, memória, raciocínio, planejamento), além de favorecer a interação, quando, de acordo com os objetivos, trabalha com dois pacientes e ainda trata-se de uma atividade lúdica extremamente prazerosa.

Uma experiência que tem dado certo é a utilização deste artifício na Casa de Apoio à Criança Com Câncer Durval Paiva, que assiste a crianças e adolescentes em tratamento oncológico e hematológico,através do setor de terapia ocupacional, que além de ser funcional e alcançar os objetivos que se deseja com cada paciente, de forma singular, propicia desfocar o tratamento em si e ainda auxilia na adesão ao tratamento convencional.

Os jogos são escolhidos de acordo com a necessidade do paciente, considerando o plano de tratamento dirigido a ele, não de forma aleatória, já que o jogo é escolhido a fim de trabalhar determinada habilidade. Por esse motivo, o acompanhamento de um profissional é de extrema relevância, para indicar o melhor game para a evolução do seu quadro clínico.

É importante considerar que os games são recursos, dentre outros de um programa de tratamento. Tem como objetivo contribuir com intervenções tradicionais, sendo mais uma ferramenta de trabalho no processo terapêutico, a fim de contribuir em um contexto pré-estabelecido. 

O videogame possibilita intervenções que abrangem os aspectos que mais precisam de atenção, ou seja, em uma visão globalizada do paciente, os jogos atendem às necessidades psicomotoras e ainda proporcionam momentos de prazer e bem estar físico e mental.

Lady Kelly Farias da Silva

Terapeuta Ocupacional da Casa Durval Paiva

Crefito:14295-TO

Por Lady Kelly Farias da Silva

Artigos Relacionados