Alimentação alternativa no tratamento oncológico infanto-juvenil - 2011

 

Os alimentos desempenham diversas funções no organismo, sendo agrupados de acordo com as funções que exercem. Dessa forma, não existe nenhum alimento que seja completo, que sozinho forneça tudo o que nosso organismo precisa para ter um bom funcionamento. É necessária uma alimentação diária variada para contemplar todos os grupos alimentares e ingerir uma dieta equilibrada.

O tratamento antineoplásico, principalmente a quimioterapia, debilita o sistema imune, isto é, as células de defesa do organismo que combatem os microrganismos (bactérias, fungos, vírus, etc.). Por isso, indivíduos que fazem tratamento de câncer estão sob grande risco de desenvolver infecções. Os alimentos, por sua vez, são veículos de contaminação, pois quando não higienizados adequadamente, abrigam vários microorganismos.

            Neste sentido, o cuidado com a higiene dos alimentos se torna de fundamental importância para prevenir tais insultos, que podem ser fatais nesses pacientes. Alguns procedimentos são úteis para reduzir o risco de contaminação alimentar, devendo ser seguidos durante todo o tratamento. Os procedimentos mais importantes são: a desinfecção adequada da água ingerida, dos alimentos crus, como frutas e outros vegetais, das carnes mal passadas, ovo cru e alimentos consumidos fora do ambiente doméstico.

Uma boa alimentação é fundamental durante o tratamento oncológico, pois ajuda o paciente a se sentir melhor, manter um peso adequado e passar pela quimioterapia, radioterapia, cirurgia, ou pela combinação destas terapias da melhor forma possível. Na Casa Durval Paiva antes, durante e após passarem por estes procedimentos, os pacientes fazem um acompanhamento nutricional garantindo-lhes uma melhor resposta ao tratamento.

O primeiro passo é a alimentação nutricionalmente balanceada, ou seja, aquela que contém todos os nutrientes essenciais (que o organismo não produz), necessários para a manutenção das funções dos tecidos e órgãos, do crescimento e desenvolvimento normais das crianças e adolescentes. As demandas de energia, proteína e alguns nutrientes podem estar aumentados para esses indivíduos, tanto pela doença, como pelas necessidades do crescimento e desenvolvimento normais.

O acompanhamento acontece mensalmente, sendo focalizado a anamnese alimentar (história do paciente), a antropometria, os sinais clínicos e os exames bioquímicos. As orientações dietoterápicas são feitas de acordo com o diagnóstico e particularidade de cada criança ou adolescente, e se necessário é oferecido suplemento nutricional. Também são servidas seis refeições por dia, onde o cardápio é nutricionalmente balanceado.

Manter-se bem nutrido é indispensável durante todas as etapas do tratamento. Dessa forma, durante esta fase o paciente poderá apresentar alguns efeitos colaterais, tais como: náuseas, vômitos, alteração do paladar, feridas na boca (mucosite), diarréia e intestino preso. Não existem proibições quanto à alimentação durante o tratamento oncológico. Os ajustes se fazem necessários à medida que os efeitos colaterais aparecerem.

É recomendável que o paciente oncológico procure sempre a orientação da equipe de profissionais que acompanha o seu tratamento especialmente do nutricionista. Fracionar as refeições em pequenas porções possibilita um melhor aproveitamento nutricional. O ideal é que realize cinco a seis refeições diariamente.  As cores dos alimentos são indícios de suas propriedades, então, quanto mais colorido o prato, mais saudável.  As ervas aromáticas, utilizadas sem abuso, tornam o prato atraente também ao olfato e ainda disfarçam os sabores que, por causa da medicação, podem causar enjôos e abolir o paladar.

Por Andresa Negromonte

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